Esse blog foi criado em 27 de outubro de 2014. Eu tinha pouco mais de um ano de casada e já tinha o diagnóstico de infertilidade. Eu já tinha sido informada da possibilidade de infertilidade aos 20 anos, mas foi só após o casamento, os exames detalhados e um ano de tentativas frustradas que ela foi realmente confirmada.
Começaram os tratamentos com indução de ovulação e fertilização in vitro. Foram exames horríveis: histeroscopia cirúrgica, histerossalpingografia, ultrassom seriado (dia sim, dia não), equipes inteiras me examinando e por fim, o terrível diagnóstico de infertilidade irreversível devido a falta de ovulação e má respondedora a indutores de ovulação.
Jovem ainda, sabendo da dificuldade que teria de engravidar, pensava sempre na adoção. Gostava de acompanhar as histórias sobre o assunto, assistir filmes e conversar com adotantes e adotados. Sabia que poderia ser uma possibilidade na minha vida.
Em agosto de 2018, iniciamos o processo de adoção: fizemos o curso no fórum, o curso no abrigo, participamos de encontros do grupo de apoio à adoção e providenciamos todos os documentos necessários e os atestados de sanidade física e mental. Passamos por entrevistas com psicóloga e assistente social. Finalmente, após 8 meses de preparo, fomos habilitados para adoção.
Em cinco anos e meio de espera, nossa posição na fila mal saiu do lugar. Nosso perfil era de dois irmãos entre 0 e 8 anos, mas a cada curso, a cada encontro no grupo de apoio à adoção, a cada conversa, a cada livro lido, a cada filme assistido, a vontade de adotar uma adolescente aumentava no meu coração. Mantivemos o perfil inicial, mas já sonhávamos com a adolescente e orávamos para que Deus preparasse o melhor para nós.
Foi em resposta as nossas orações que apareceu no meu Facebook um convite para um encontro que aconteceria em Araucária promovido pela ONG Reencontro - Projeto "Vidas que se encontram". O encontro aconteceu no dia 12/10/2024. Foi uma experiência maravilhosa! Logo no início, nos apaixonamos por uma adolescente. Não sabíamos nada sobre ela, mas já sentíamos que ela seria a nossa filha. Observamos outras crianças, mas Deus já tinha predestinado ela para ser nossa filha.
Após o encontro, recebemos contato das varas das infância sobre as crianças que observamos e elas não queriam ser adotadas ou começaram a fazer aproximação com outras famílias, mas nada de receber informação sobre a adolescente.
No início de dezembro de 2024, estávamos conversando sobre essa falta de retorno, exatamente sobre a adolescente que já sentíamos que seria a nossa filha e isso nos deixava inseguros sobre essa nossa sensação. E foi, durante a nossa conversa, na hora do almoço que recebi a mensagem da assistente social perguntando se ainda tinha interesse em conhecê-la. No dia seguinte, fizemos uma videochamada com o pessoal do Fórum da comarca e já decidimos iniciar a aproximação.
No dia 09/12/2024, fizemos as malas e fomos para São José dos Pinhais - PR conhecer a nossa filha. Foram 4 dias de visitas diárias ao abrigo e de conversa com a assistente social. Voltamos para casa por motivos de trabalho e no dia 16/12/2024 passamos por audiência com o juiz que já nos deu a guarda temporária dela para fins de adoção. Finalmente, agora somos três e aí? Como seremos a partir de agora?
#adoção #adoçãotardia #pósadoção #eagora?
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