sábado, 21 de dezembro de 2024

10 coisas que você nunca deveria dizer a uma família adotiva

 Adotar é sinônimo de aceitar, acolher, assumir. Nesse sentido, toda família é adotiva.

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Stael Ferreira Pedrosa

Segundo o site promenino, “para cada criança esperando ser adotada no Brasil, existem seis pretendentes procurando um filho ou uma filha. Ainda assim, cerca de 5,5 mil crianças e adolescentes ainda esperam em abrigos para serem adotados.”

De acordo com dados do CNA (Cadastro Nacional da Adoção), “Só no Estado de São Paulo, em 2012, foram 3.535 adoções processadas – cada processo pode ter mais de uma criança envolvida. Em 2011, foram 3.450.”

Muitos casais desejam ter filhos e os motivos são vários. Maria Inês Villalva, assistente social e coordenadora de um grupo de apoio a adoção de Santo André – São Paulo, explica que “Os motivos que normalmente levam à adoção são infertilidade, evitar uma gravidez de risco, impedimento de ter mais filhos ou criação de vínculo afetivo com uma determinada criança”.

Sejam quais forem os motivos para a adoção, é algo que envolve sentimentos delicados de ambas as partes. Pode haver muito riso, alegria ao se adotar um filho, mas também há lágrimas, decepções e muitas vezes uma longa espera até ter a criança desejada nos braços.

Por envolver tantas emoções, há naturalmente uma hipersensibilidade com relação ao assunto. Por isso, há que se ter cuidado com o que se diz a uma família onde há filhos não biológicos envolvidos.

Especialistas e mães mostram 10 coisas que nunca se deve dizer a uma família adotiva:

1. É seu filho mesmo?

Como não poderia ser? Filho é alguém que amamos, cuidamos, nos preocupamos, queremos o bem-estar em todos os aspectos da vida. Independente da raça ou cor da pele, filho adotivo é tão filho quanto o biológico. E outra pergunta costuma seguir-se a essa: “Você não tem vontade de ter um filho seu mesmo?” A advogada Paula Abreu, mãe de Davi, responde: “É meu, você vai ver, vai ter até certidão de nascimento dizendo que é meu”.

2. Que coragem!

Não é coragem, é amor. Todo filho é um desafio, traz preocupações e dá trabalho. Tanto o que carrega o DNA dos pais quanto os que não carregam. “Não tivemos que “tomar coragem” ou nada parecido porque ter dois filhos é uma das coisas mais comuns do mundo”, diz Ruri Giannini, blogueira e mãe de gêmeos adotivos.

3. Parabéns pelo seu gesto!

Adoção não é um gesto heroico ou de caridade. Como diz Gabi Rocha, mãe adotiva da Manu, “Adoção é somente, e tão somente, uma forma legítima de filiação que permitiu nos tornarmos pai e mãe. Não fizemos caridade”.

4. Como é ter um filho adotivo?

Como é ter um filho? Esse deveria ser a pergunta. A palavra “adotivo” ao final da frase não faz o menor sentido. Como já ressaltado no item 2, todo filho dá trabalho e dá alegrias, todo filho traz um pacote de experiências e vivências, não importa se no pacote tem o DNA dos pais ou não.

5. Como seus filhos reagiram?

A pergunta poderia ser: “Como seus outros filhos reagiram?”. Afinal todos são filhos.

6. Filho adotivo dá muito trabalho

E qual filho não dá trabalho? Sim, os filhos dão muito trabalho, todos dão. Mas, dão amor, carinho e proporcionam situações de aprendizado e crescimento que nenhuma outra experiência traz.

7. Você os castiga?

Regina e Edmar, um casal de empresários de Brasília, pais de dois filhos adotivos, respondem a esse tipo de pergunta de maneira direta, como conta Regina:

“Já respondi a perguntas estúpidas de outras mães: ‘Mas eles não são rebeldes? Você consegue que eles lhe obedeçam? Você os castiga?’ Ora, que perguntas são essas? Eles se comportaram e foram tratados igualzinho às demais crianças e adolescentes na idade deles”.

8. Onde você os encontrou?

A professora da Universidade Federal de Minas Gerais, Regina Helena Alves Silva, conta sua reação a esse tipo de pergunta. Com dois filhos adotados, segundo ela essa pergunta gera outra em sua mente:

“Como assim, onde encontrei?”

Cansada desse tipo de pergunta sem sentido, a professora chegou a responder: “Encontrei num supermercado!”

9. E se os pais verdadeiros forem de má índole?

Os pais verdadeiros são os que criam e ensinam a serem boas pessoas. Ruri Giannini, mais uma vez conta sua experiência com esse tipo de pergunta: “Sim, já ouvi perguntas esdrúxulas sobre esse assunto, como ‘e se o genitor for um criminoso e passar essa carga genética para seus filhos?’. Sempre fico um pouco brava com essas perguntas, porque parece que as pessoas acham que filho adotivo vai necessariamente dar problema e que filho biológico vem com certificado de garantia”. Em seguida, ela pede desculpas e conta a história bem conhecida de uma filha biológica que matou os pais.

10. Como é ter um filho tão diferente?

Isso é puramente discriminação. Esse tipo de pergunta mostra um preconceito profundamente enraizado. Em uma pesquisa feita pela psicóloga Lídia Natália Dobrianskyj Weber, sobre abandono e adoção, uma das palavras mais frequentemente relatadas é “diferente”. A pesquisa traz respostas de pais e filhos adotivos sobre várias questões, entre elas sobre diferenças, sejam de cor, raça, etc. A resposta de um dos adolescentes entrevistados sobre diferenças é: “Eu gostaria de ser mais parecido com meus pais. Somos diferentes em tudo, até na cor da pele, mas amor não tem padrão de cores, tem?”

Famílias são unidas pelo amor e quando esse tipo de pergunta é feita, magoa, fere a todos, pais e filhos. A fotógrafa norte-americana Kim Kelley-Wagner explica às suas filhas adotivas que “as pessoas não dizem essas coisas por maldade, mas por ignorância“.Ela ressalta que

As palavras são poderosas, elas podem ser ferramentas ou armas“. E conclui: “Use-as de forma sábia”.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

7 coisas que pais adotivos estão cansados de ouvir

 Mesmo sem ter a intenção as pessoas costumam magoar os pais adotivos com comentários inconvenientes, melhor saber o que eles pensam disso.

Suely Buriasco

 Buriasco

É incrível como a adoção de crianças ainda gera tanto espanto e, pior, tantos comentários desagradáveis. Muitas pessoas chegam a ser inconvenientes e fazem com que os pais se sintam incomodados e até ofendidos.

Vale a pena observar o que pais nessa situação não gostam de ouvir, a fim de que você não incorra no risco de magoá-los, mesmo sem o querer.

Baseado nessa matéria enumerei algumas frases realmente inconvenientes e acrescentei o pensamento dos pais quando as ouvem:

1- Essa criança tem muita sorte

“Não ela não tem sorte, quem tem sorte sou eu que tive a alegria de encontrar a minha criança e poder cuidar dela. Eu tenho sorte porque desejei muito tê-la em meus braços e hoje posso sentir o seu cheiro e ter o seu sorriso”.

2- Como alguém pode não amar o próprio filho?

“Quem lhe dá o direito de julgar as circunstâncias pelas quais meu filho chegou até mim? A única coisa que realmente importa é que ele é muito amado e que eu farei de tudo para que nada, nem ninguém faça ele sentir qualquer tipo de rejeição”.

3- Frases que se refiram aos “pais de verdade” ou “pais reais”

“Pais de verdade somos nós que amamos e educamos nosso filho. Claro que eu sei da existência dos pais biológicos e sou muito grata a eles, mas por que ficar falando deles e ainda nesses termos? Então somos o quê, pais de mentira?”

4- Com quem ele se parece?

“Isso pode ser ignorância, mas beira a maldade. Como assim? Ele parece com ele mesmo! Não se trata de genética, mas de sentimento. As pessoas são diferentes e mesmo os filhos biológicos podem não se parecer com os pais. A aparência é uma grande bobagem, meu filho se parece com quem é: o grande amor da minha vida”.

5- Vale a pena se incomodar com os trâmites?

“Tudo o que se refere a possibilidade de ter meu filho comigo sempre valerá a pena. Claro que existem obstáculos e às vezes eu me chateio, mas difícil mesmo é ter que ouvir uma pergunta tão óbvia que beira ao ridículo. Que pai ou mãe não faria de tudo para estar perto de seu filho?”

6- Você deve ser uma pessoa muito especial por tomar essa atitude

“Então eu sou um tipo de “super-herói” que salva criancinhas? Porque é tão difícil entender que eu apenas quero ter o meu filho e viver o sentimento de amor que tenho por ele? Eu sou tão especial quanto qualquer pai ou mãe”.

7- Deve ter sido difícil pegar a criança do cuidador

“Isso é o fim! Como alguém pode afirmar tal coisa? Não foi difícil, foi maravilhoso, foi indescritivelmente incrível, pois foi o momento em que efetivamente meu filho passou para os meus braços e eu pude senti-lo tão próximo”.

A melhor forma de agir é não estranhar, afinal não há nada de extraordinário na adoção e as pessoas precisam encarar isso com maior naturalidade. Alguns comentários como os citados acima são irrelevantes e até mal-educados, melhor nem pensar neles.

O que precisa ficar claro é que filhos são sempre filhos e nada e nenhuma situação muda o amor dos pais que os embalam e criam.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

15 coisas que mães adotivas jamais deveriam ouvir

Por Júlia Warken Do Bebe

1. É seu filho? Mesmo?
Quando os pais decidem adotar uma criança que possui uma etnia ou qualquer detalhe físico diferente do deles, é motivo para tal pergunta. O que essas pessoas não conseguem compreender é que: filho é filho, independente de cor, de raça, de DNA! Se você apresenta “Olá! Esse é o meu filho”, é porque é e pronto, não há necessidade de dúvidas por parte de terceiros, certo?

2. A gravidez foi uma fase linda na minha vida. Você não sentiu falta disso?
Normalmente essa é uma das mais dolorosas e caso você não conheça a história dessa mãe, simplesmente fique quieto e não fale nada! Se sua gestação foi linda na sua vida, que ótimo, mas guarde para você mesma. Uma mãe adotiva ou de coração, não é menos mãe por adotar, não é menos mãe por não ter tido uma gestação. Você não sabe se o desejo dela era ter uma gestação linda e não conseguiu ter isso. E caso ela não desejasse, cabe somente a ela a decisão, e mesmo assim ainda machuca. Então, por favor, pare!

3. Você tentou engravidar e não conseguiu? O problema é com você ou com o seu marido?
Se você tem vontade de fazer essa pergunta, repense. Repense quantas vezes for necessário e pense junto, se tem intimidade com essa mãe para fazer uma pergunta tão se cabimento. Caso a mãe não tenha sugerido o assunto, não pergunte, isso diz respeito a ela e ao marido, mais ninguém!

4. Mas você chegou a recorrer à reprodução assistida?
Não são todas as pessoas que tem dinheiro para investir em um procedimento, como esse, sabia? Além do mais, há muitos casos de mulheres que não desejam passar por isso. E qual é o problema nisso? Adotar é um gesto lindo que envolve amor, generosidade e entrega. Ao invés de sair fazendo mil indagações, apenas respeite a escolha dos outros.

5. Mas você ainda pensa em ter filhos biológicos?
Outra vez você menospreza uma criança adotada, por não ser filho biológico. Afinal, quem é você para se meter assim na vida dos outros? Isso é um absurdo! Uma pergunta dessas é desumana! O que você deveria perguntar é: “Você pensa em ter mais filhos?”. Isso é uma pergunta que se faça!

6. Ah, mas a sensação não é igual a de ter um filho “de verdade”, né?
A pessoa que tem a audácia de perguntar isso, merece o troféu “Pessoa mais Insensível do mundo”. Somente para começar a conversa: filhos que são adotados, são filhos de verdade! É o amor entre pais e filhos que define, não é o seu útero, não é o seu óvulo, não é o seu espermatozoide!

7. Você conhece a mãe “verdadeira” dele?
A mãe adotiva É a mãe verdadeira da criança. Simples assim!

8. E ele já sabe que é adotado? Deve ser muito estranho ter essa conversa!
Centenas de famílias que adotam, lidam bem com essa questão, outras não, então para que arriscar uma pergunta dessa? Para que você deseja causar algum tipo de sofrimento na mãe? Essa pergunta não irá acrescentar em nada na sua vida, para que fazê-la?

9. Como é a relação dela [a criança adotada] com seu(s) outro(s) filho(s)?
Com esse tipo de pergunta baixa, você está automáticamente deixando latente a diferenciação entre filhos biológicos e filhos adotivos. A única diferença é o útero, mas o amor é o mesmo! Rixas entre filhos é totalmente possível de ocorrer, como todos os irmãos tem. Mas o que exatamente você tem a ver com isso? Especialmente pelo fato de que esse pode ser um assunto extremamente delicado para alguns pais. Não faz o menor sentido se intrometer dessa forma na vida familiar dos outros.

10. Mas por que você não escolheu uma criança parecida com você?
Não será o DNA e muito menos a cor do filho que irá definir o amor que existe entre pais e filhos! Você tem alguma noção de quantas crianças não são adotadas por conta da etnia? Todas as crianças merecem ter uma família! É SIMPLES ASSIM!

11. Nossa, mas vocês são bem parecidos. Até parece que é seu filho “de verdade”!
Um filho, é um filho de verdade, independente se é biológico ou não! Pode ter certeza de que um comentário desse tipo NÃO é um elogio.

12. Essa é a criança que você e seu marido criam?
Não! Esse é o filho do casal. E essa é uma família como qualquer outra!

13. Mas você não sentiu falta de acompanhar os primeiros meses de vida dele?
Centenas de casais decidem adotar crianças mais crescidinhas, e esse é um dos maiores atos de amor incondicional. As pessoas precisam reconhecer isso, ao invés de fazer perguntas tão insensíveis e inúteis quanto essa!

14. Você não tem medo de descobrir que ele tem problemas por causa da herança genética?
Essa pergunta pode deixar a mãe muito angustiada! Não pense que filhos biológicos não podem ter problemas genéticos também, ta? E nenhum dos dois deveria ser menos amado por isso!

15. Eu, particularmente, não sei se conseguiria amar o filho de outra mulher como se fosse meu.
E nós, particularmente, achamos que comentários absurdamente insensíveis como esse deveriam ser extintos da face da Terra!